À volta da Cidade
O que é afinal a cidade?
Não sendo uma construção moderna , é antes de tudo o mais o mapa onde se pode ler , o passado dos povos, onde se vive o presente e se projecta o futuro.
A cidade, a Cidade moderna que olhamos hoje, é a que amamos mas de onde somos expulsos, que odiamos mas à qual nos prende um amor de que nos fala Camões.
A cidade é assim o local onde nos sentimos bem e mal onde queremos viver e simultaneamente fugir.
Mas é sobretudo um espaço construído ao longo da historia dos seus povos, é portanto no conhecimento da Cidade que podemos fazer o mapeamento dos povos que ao longo do tempo dela se foram apropriando e marcando indelevelmente. Acidade é assim diversificada, tanto nas construções como na Cultura.
Vamos então falar um pouco da nossa maior Cidade, Lisboa.
De Lisboa falam-nos os diversos estudiosos, dizem-nos que deve ser analisada a partir da multidisciplinaridade, Historiadores, sociólogos, Arquitectos, antropólogos, Economistas e Geógrafos.
Todos eles nos falam da cidade com o seu ponto de vista que sem duvida é de uma Importância fundamental para que possamos conhecer o passado o presente e projectar o futuro.
Lisboa foi de facto o palco de toda a nossa grandiosidade, mostra permanente das nossas elites, mas também o drama dos que viram os seus partir em busca de novas luzes.
Lisboa foi ao longo dos tempos o ponto de chegada de povos de todas as partes da Europa mas também de Africa e finalmente, Cidade de onde se começou a projectar um Pais em si diverso na cultura .
Foi a partir desta cidade que partiram um busca de mundos desconhecidos os Homens de Portugal , foi daqui que partimos para colonizar paisagens longínquas e transmitir ao mundo esta Cultura única que é nossa . O Humanismo Português.
Foi daqui que partiram também para á liberdade homens e mulheres perseguidos pela diferença de raça ou de religião durante o Sec XX .
Foi também daqui que partimos para uma guerra colonial, mantida por um governo autoritário que nos amesquinhou durante uma grande parte do Século , mas foi também aqui que teve lugar a Única Revolução Sem derramamento de sangue.
E que foi percursora para uma nova modernidade da Europa e do Mundo.
Podíamos pois começar a falar da Cidade a partir do ponto de vista histórico da sua riqueza monumental , das suas construções medievais e dos povos que a habitaram , podíamos começar a falar de Lisboa a partir dos seus bairros, implantados nas suas sete colinas , podíamos falar da Lisboa Romana , da Lisboa Visigótica , Arabe ou da Lisboa Renascentista .
Mas sem pretender de modo nenhum escamotear a importância que todos esses momentos tiveram na forma como a cidade nos foi dada para viver .Pretendo falar da Cidade moderna da Cidade que vivênciamos no presente.
Não pretendendo este meu texto ser Cientifico , parece-me , que a Cidade se descaracterizou e perdeu uma parte da sua identidade.
Expulsou para fora de si os seus habitantes de sempre, restaram os mais velhos aos quais se misturaram povos diversos que vivem em Habitações com poucas condições de Habitabilidade ,e das quais fogem os antigos moradores , restam assim nos bairros antigos os resistentes e alguns intelectuais que conseguiram uma habitação com vista para o Tejo, o Rio que faz Lisboa ser a tal cidade de sentimentos contraditórios .
Os Habitantes da Velha Lisboa são pois resistentes e por isso pela sua força a sua Cultura, a cultura bairrista Ainda se não dissipou totalmente.
Porém nota-se um mal estar que começa a ser preocupante.
Á medida que a cidade perde os seus habitantes, as ruas ficam vazias as praças perdem vida e o medo apodera-se dos que pretendem viver a cidade.
A verdade é que a cidade luz, mergulhou na escuridão e a partir de certas horas da noite, foi simplesmente ocupada pela marginalidade.
Em termos arquitectónicos Continua a descaracterização de avenidas inteiras, e surgem por todo o lado as construções modernas ladeando e substituído as construções que contem a Historia da Cidade.
O automóvel ocupa a cidade que já se não vive mas que apenas se usa .
A cidade é hoje local onde se entra para trabalhar nos escritórios , centros comerciais , Bancos ,seguros e outros serviços.
Chega-se cansado depois de horas nas longas filas de transito e sai-se apressado para as mesmas longas bichas que nos esperam parra regressar a casa, que se situam em novas cidades metropolitanas construídas sem plano , sem desenho e sem humanidade.
E a cidade, fica abandonada a si mesmo e, aos que resistem teimosamente em mater esta velha Cidade onde o fado ladeia com as modernas discotecas, onde velhos bares são ocupados pela juventude às sextas à noite, enquanto esperam que as novas discotecas abram.
Mas a cidade o resto da cidade são os estrangeiros que nos visitam, e que fazem mexer a noite de Lisboa no verão.
È pois imperioso inverter este passo , e dar vida às nossas praças principais .
O Rossio, a praça da figueira, o Martim Moniz ,a praça do Comercio e tantos outros locais que hoje não Ocupamos , precisam de ser dinamizados , através de actividades culturais com e para o verdadeiro povo da cidade, este deve ser o próprio criador, deixem pois ao povo o que é do povo.
Para tal é apenas preciso que as ideias que surjam, as boas ideias sejam apoiadas pelas entidades que representam o estado na área da Cultura.
Apoiar as boas iniciativas individuais que não sendo lucrativas podem dinamizar de forma única, esta nossa cidade que tem que continuar a ser, o pólo dinamizador da cultura humanista deste povo.
Numa segunda fase será necessário retirar o automóvel da cidade e dá-la aos peões e, a meios de transporte não poluentes e simultaneamente parar com as construções modernas ,e tornar habitáveis as antigas sem as desconfigurar. Dando-lhe verdadeiras condições de habitabilidade e a preços acessíveis ás pessoas que as habitam actualmente. Isto é sem mudar o tipo de pessoas que desde sempre habitaram estes bairros.
Não quero de forma nenhuma parar o tempo. Na realidade deve-se deixar a cidade respirar por si. Permitindo as mudanças culturais que são próprias de todas as épocas e que tornam possível a evolução dos povos em construção de novas identidades .
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