Quinta-feira, 29 de Novembro de 2012
Para obter um milhao e quinhetas mil partihas
Mário Soares e outras 80 personalidades dizem que Passos Coelho deve «retirar consequências políticas» e demitir-se se não mudar de políticas.
Mário Soares e outros signatários de uma carta aberta ao primeiro-ministro exigem que Pedro Passos Coelho mude de políticas e que, caso não o faça, deverá demitir-se.
Nesta missiva, os signitários pedem a Passos Coelho que «altere, urgentemente, as opções políticas que vem seguindo, sob pena de, pelo interesse nacional, ser seu dever retirar as consequências políticas que se impõem, apresentando a demissão ao Senhor Presidente da República».
Na carta, enviada também ao Presidente da República, o chefe do Governo é também lembrado que o país foi «inventariado até à exaustão» na preparação do acordo com a troika ainda antes das últimas eleições legislativas.
Por esta razão, lembram estes signitários «enhum candidato à liderança do Governo podia invocar desconhecimento sobre a situação existente» para aplicar políticas que «excederam em muito» o programa eleitoral com que PSD e CDS se apresentaram a eleições.
«Os eleitores foram intencionalmente defraudados. Nenhuma circunstância conjuntural pode justificar o embuste», acrescenta a missiva, que fala também no desmantalemanto das funções básicas do Estado e na alienação imponderada de empresas estratégicas.
A carta alude ainda ao corte impiedoso nas pensões e reformas, nas reduções de salários, ao incentivo à emigração, ao crescimento incomportável do desemprego e a capitulação do país perante a lógica neo-liberal dos mercados.
Os signatários acusam ainda o Governo de usar de «fanatismo cego», de recusar as evidências e de fazer caminhar o país para o abismo e classificam o Orçamento de Estado de «iníquo, injusto e socialmente condenável, com normas de duvidosa constitucionalidade».
Para além de Mário Soares, esta carta é ainda assinada por outras cerca de 80 personalidades entre as quais estão o filósofo Eduardo Lourenço, o arquiteto Siza Vieira, o teólogo Frei Bento Domingues e os generais Pires Veloso e Lemos Ferreira, bem como Carvalho da Silva, antigo líder da CGTP.
Entre outras personalidades que assinam esta missiva encontram-se Eduardo Ferro Rodrigues, Fernando Rosas, Daniel Oliveira, Júlio Pomar, Lídia, Jorge, Valter Hugo Mãe, Pilar del Rio e Maria de Medeiros.